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Everest 2018: Trekking Campo Base

por Jaqueline Crestani



Agora já nas alturas!

No nosso último post aqui no blog, falamos sobre a chegada no Nepal e os primeiros dias da Expedição Everest (se ainda não leu, corre aqui!). Bom, já estava na hora de “voltarmos” para contar mais sobre o restante do trekking e a tão esperada chegada ao acampamento base.

Terminamos o último texto no dia em que o Henrique e os companheiros chegaram em Namche Bazaar, que estava a “apenas” 3.440 metros. Desde então, a altitude aumentou bastante, e o frio também. Ah, e é verdade que a aventura está só no início - e ainda vai levar um tempinho para ele atacar o cume -, mas os desafios já começaram.

Sobre a caminhada, os sherpas e as tradições


Com essa paisagem, até dá vontade de caminhar, né?

Durante os dez dias de trekking até o acampamento base, os montanhistas brasileiros passaram por vários vilarejos que ficam no meio do Himalaia. Alguns desses pequenos povoados eram pontos de encontro mais conhecidos, enquanto outros nem tanto. Depois de Namche Bazaar, eles passaram por várias outras cidadezinhas de nome estranho (pra gente, é claro!):  Phortse, Pangboche, Periche, Lobuche e Gorak Shep.


Phortse é um vilarejo fora da rota comum do trekking

Tem que ter a foto do grupo

Antes de chegar ao campo base, o grupo também subiu ao cume de algumas montanhas importantes das cordilheiras, como o Nagarjun Peak (5.100 m) e o Kala Patthar (5.643 m).  O objetivo do exercício era aclimatar, ou seja, adaptar o organismo à altitude. E deu certo:  todo o grupo terminou o trekking super bem aclimatado.

Segundo o relato do Henrique, a caminhada foi, de modo geral, tranquila. Alguns dias foram mais “puxados”, em outros eles enfrentaram mau tempo. Mas, também teve muito sol e céu azul no trajeto. Quem está acompanhando a expedição pelas redes sociais deve ter visto, aliás, que as paisagens são de tirar o fôlego. O Henrique confirmou essa impressão: “A paisagem é incrível! Sem dúvidas, a mais bonita que eu já vi!”.

Felizão no cume do Kala Patthar

Foto do Carlos Santalena

Outro fato que chamou bastante a atenção do grupo foi a recepção dos sherpas. Assim são chamados os nativos que vivem nas regiões mais altas do Nepal. “É impressionante como as pessoas são respeitosas e procuram nos agradar o tempo todo”, contou Henrique.  Ele disse ainda que os vilarejos são muito pobres e isso também impressiona um pouco, “ao mesmo tempo, se percebe que elas vivem de modo simples, mas em harmonia”.



Recepção na chegada a Phortse

Recebi um cordão abençoado da proprietária de um lodge

São os sherpas que ajudam que ajudam os escaladores no Himalaia, carregando materiais, montando acampamento, instalando cordas e etc. Ou seja, eles têm um papel muito importante nas expedições.

Além disso, os sherpas são de origem tibetana e mantêm vivas as práticas do budismo. Durante o trekking, o grupo participou de um ritual no Templo Budista de Pangboche. Na ocasião, os alpinistas receberam uma bênção do Lama para realizar a escalada até o cume do Everest.

A cena se repetiu dias depois, já no acampamento base, em uma cerimônia de Puja. Segundo a tradição, todos os montanhistas que pretendem escalar o monte devem pedir "permissão” dos deuses que habitam as cordilheiras.

Também tem relação com a espiritualidade sherpa, o memorial dos alpinistas mortos no Everest. Ele foi construído por exigência dos sherpas depois da tragédia que matou 16 pessoas em 2014. Durante a caminhada entre Pheriche e Lobuche, Henrique e os companheiros visitaram o local e, seguindo os costumes, deixaram as suas bandeiras de oração.


Preparação para a cerimônia da Puja

No memorial dos mortos do Everst

“Chegada no campo base foi emocionante”


No sábado, 14 de abril, o grupo concluiu a primeira etapa da aventura e chegou no acampamento base. “Chegar no base camp foi emocionante! É um marco da expedição. Ver e viver tudo o que eu já tinha visto em filmes e livros foi sensacional”, relatou.


Chegamos!

As barracas dos montanhistas no acampamento

O campo base fica a 5.364 metros, e cada montanhista tem a sua barraca - e o Henrique tem até colchão para dormir! Ah, e a vista da “casa” dele é um luxo: “Estamos no meio de um vale e para todo os lados que olhamos tem montanhas gigantes!”. (Ele mostrou isso tudo em um vídeo bem legal que tá no final deste post.)

Mas, é claro que não é tudo assim tão maravilhoso: além da altitude que causa dores de cabeça até o corpo se adaptar, os escaladores também têm que enfrentar o frio. “A barraca fica com uma camada de gelo por fora, e já pegamos - 12°C do lado de dentro!”.

Em função da temperatura, o Henrique está usando um saco de dormir que aguenta até -40°. Baterias e pilhas devem ficar dentro dele para não descarregar, assim como água e pasta de dente que, se deixadas fora do saco, congelam.

As áreas comuns do acampamento, como o lodge, possuem calefação. Contudo, ele contou que o grupo costuma ir dormir cedinho pra fugir do frio: “Às 20h30 já estamos deitados. O problema é levantar para ir no banheiro e acordar pela manhã. Mas, dá para se animar para levantar quando abro a barraca e olho em volta!”.



A expedição conta com o apoio do Sicredi, do CIEE-RS, da Botolli, da Arqsoft, da MG Serigrafia e da Cactus Ambiental. Ah, e vocês podem acompanhar essa aventura de pertinho nas das redes sociais do projeto Versus Eu Mesmo clicando aqui Facebook e Instagram. * Enquanto o Henrique estiver na montanha – e com acesso restrito à internet –, quem vai manter o blog atualizado e dar notícias por aqui serei eu! Para quem não me conhece, sou amiga de longa data do “dono” do blog e estou participando do projeto como jornalista (e fã, é claro!).

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